A práxis é uma categoria filosófica importante. No âmbito do materialismo dialético, em particular, a práxis emerge como a categoria que define o humano, ela representa o próprio exercício prático do fazer-se humano. A práxis é, assim, a categoria que funda e determina a formação humana. A despeito de sua envergadura filosófico categorial, apesar de sua importância enquanto categoria de análise, inclusive para o marxismo, muitas vezes a práxis aparece meramente como uma expressão charmosa do léxico revolucionário, que serve de ornamentação e embelezamento ao texto crítico. Assim, o uso da expressão práxis é determinado simplesmente pela conveniência discursiva ou estilística o que acarreta, consequentemente, no esvaziamento de seu sentido filosófico categorial mais profundo. Dessa forma, a práxis vira uma palavra ordinária que só não é absolutamente comum porque carrega sobre si uma certa áurea semântica critica cujas origens não são totalmente claras. Quando não é assim, a práxis recebe algumas definições bastante imprecisas e às vezes aleatórias: vira sinônimo de ação política, normalmente associada à ideia de transformação social, à ação política dos explorados, ou se define vagamente como articulação de teoria e prática. Além disso, normalmente, a práxis é reduzida ou confundida com trabalho o que gera enormes dificuldades para as reflexões sobre a formação humana. Este livro traz um exame do sentido filosófico da categoria práxis, analisa sua relação com a ontologia, com o materialismo e com o idealismo e empreende uma profunda análise da relação entre práxis, trabalho e formação humana.