De há muito já, eu sonhava com o escrever um livro que, por sua própria natureza, representasse, de minha parte, uma homenagem, embora humilde, sincera a essas valorosas entidades que, por nós umbandistas, são conhecidas como pretos velhos. Entre eles — os pretos velhos — daremos destaque à VOVÓ CANDINHA DE ANGOLA e ao meu preto velho JOÃO QUIZUMBA. Vontade tinha, no entanto de nada me valeria escrever tal livro, se, por outro lado, não se me apresentasse a oportunidade de, publicando-o, como os muitos meus já editados, oferecê-lo aos estimados irmãos da nossa querida Umbanda. Eis que, após um "trabalho" feito por minha atual companheira em nossa casa, o qual tinha por finalidade, exatamente, "abrir os meus caminhos" que, a bem da verdade, estavam "fechados" por algo que alguém, talvez por inveja ou simples maldade, havia mandado realizar contra nós, especialmente contra mim, aquela tão desejada oportunidade veio a se me apresentar. Indo à Editora Eco, como costumo fazer constantemente, fui, por seu Diretor e proprietário, meu particular amigo Ernesto Emanuele Mandarino, convidado a escrever mais dois livros, sendo um deles justamente este a que foi dado o título de Preto Velho e seus feitiços. Escrever, na realidade, nada representa de novo ou difícil para mim, todavia, os livros que me pediu o Mandarino e, de modo especial, este sobre os feitiços de preto velho, não era, é preciso dizer, algo tão fácil assim, principalmente porque, pela natureza do assunto de que versaria o livro, de muitos e muitos conhecimentos teria eu de lançar mão, como o fiz, e, além disso, necessário se tornava, não só apresentar uma obra verdadeiramente útil, objetiva por excelência, como, mais ainda, uma obra que, em si, contivesse, com fartura, "trabalhoso de diferentes naturezas quais são os feitos, comumente, pelos pretos velhos.