Recusa da especialização e não obstante diálogo com a especialidade, "Primeira Lição de Urbanismo", de Bernardo Secchi, percorre em seu exame um itinerário histórico dessa ciência e arte como via qualificada de acesso a outras áreas do conhecimento, tendo como consideração básica que "o urbanismo finca suas próprias raízes na história de nossa cultura e no tempo que a alimentou. A história do urbanismo [...] é também a história de idéias e imaginários". As discordâncias e os embates entre as diversas correntes teóricas, técnicas e científicas, bem como as contribuições do crescente repertório de conhecimentos, afluem para dar corpo ao seu estudo. Abarcar um leque amplo e variado de elementos e aproximar a sensibilidade do urbanista àquela do "homem comum", do não-especialista, constituem o duplo desafio a que este livro responde com a densidade e a riqueza de suas análises e proposições. Esta Primeira Lição empreende como que um levantamento de problemas e indagações, ao mesmo tempo, num ousado lance provocativo, esvazia o discurso da pontuação individual das formulações e soluções de problemas, para instaurar o de uma coletividade e trazer à cena múltiplas vozes que ajudaram a compor a disciplina, suscitando, por sua ressonância, um debate estimulante para futuras pesquisas e reflexões.