Incomodado com a baixa ou nenhuma diversidade de raças (em especial de negros e pardos) nas posições mais altas de grandes empresas e ciente de seu lugar de privilégios por ser um homem branco, Matheus Carvalho empreendeu uma pesquisa de fôlego em grandes escritórios de advocacia de várias capitais do país, analisando as dificuldades dos não brancos no ingresso e na ascensão profissional em importantes corporações na área jurídica. Ele também demonstra com dados que, apesar das dificuldades, existem escritórios que, ainda de forma incipiente, buscam implantar uma gestão da diversidade, para facilitar a inserção dos negros em seus quadros de profissionais. Com base em muitas pesquisas e dados, o livro revela que o acesso dos negros aos cargos mais altos nos escritórios de advocacia brasileiros é irrelevante e não reflete a ampliação do número de negros formados e com boa qualificação – desde a criação do sistema de cotas para acesso às universidades públicas; decorrência do racismo estrutural que limita as relações de trabalho desses profissionais. Apenas cerca de 0,01% de advogados seniores ou sócios de grandes escritórios no Brasil – pesquisa feita com dados abertos nos sites de 80 dos principais escritórios brasileiros – são negros. O autor, ao longo dos capítulos, propõe reconhecer as diferenças entre o acesso de brancos e negros e debater e implementar programas de inclusão para fomentar uma menor discrepância na composição étnica dos escritórios de advocacia. Matheus comenta que o livro é indicado não só para estudiosos da área, mas para qualquer pessoa interessada em se aprofundar e trabalhar o tema racismo, assim como políticos interessados efetivamente na mudança da política social brasileira.