“A tessitura narrativa de Procura-se um milagre evoca, às vezes, a de uma tapeçaria, com idas e vindas das linhas. Tecelões e viajantes não raro se perdem nos pontos de costura ou nos atalhos dos caminhos. Celina Côrtes não se perde: ganha o leitor.”Muniz SodréTrês personagens, um caminho e uma história sobre o verdadeiro significado da vida. Procura-se um milagre revela a jornada de três mulheres que, ao longo do Caminho Português, descobrem mais que a beleza e o significado histórico e religioso da rota que se inicia na cidade do Porto, em Portugal, e vai até Santiago de Compostela, no norte da Espanha; descobrem a si mesmas.Uma é rainha e entrou para a história por ter sido canonizada. Santa Isabel, protetora de Coimbra, seguia uma conduta humanitária que sempre priorizou o social. A outra, de mesmo nome, após ter um câncer no intestino, se separou do marido e busca reencontrar um antigo amor. Seu objetivo no caminho é encontrar uma casa no percurso, onde possa atender pessoalmente os necessitados. Assim como ocorreu com a rainha santa, virtude e tragédia se mesclam em sua vida. A trajetória dessas personagens é relatada por uma terceira pessoa, a narradora-personagem. Celina, ao contar os percursos das três mulheres, fala também de todas aquelas que sofrem por amor, superam doenças, lutam para serem especiais no mundo. Seu convívio com a francesa foi tão intenso que ela tomou a liberdade de narrar sua história em detalhes e aproveitou para contar a sua própria, ou pelo menos os episódios mais interessantes e divertidos dessa jornada. “Procura-se um milagre não trata apenas do Caminho Português percorrido por elas, mas também revela a busca interior de cada uma. Uma viagem que nunca termina, necessária para a descoberta do verdadeiro significado da vida.” reflete a antropóloga Mirian Goldenberg, que assina a orelha do livro.