A propedêutica médica permeia a história da medicina e da humanidade. A arte de examinar pessoas data da Idade Média, entre os séculos V e VII. Por muito tempo, a medicina foi amplamente praticada por clérigos e monges. O exame físico naquela época era limitado em comparação com os padrões atuais. Os médicos dependiam da observação visual e do toque físico do paciente para fazer um diagnóstico. Eles examinavam a pele, a aparência geral, a cor dos olhos e da língua e escutavam os batimentos cardíacos. Acreditava-se que o odor corporal assim como a análise visual e olfativa da urina poderiam revelar informações sobre a condição de saúde. Os médicos na Idade Média também confiavam muito na astrologia, acreditando que os movimentos dos planetas e das estrelas afetavam diretamente a saúde das pessoas. Acreditava-se que a posição dos astros no momento do nascimento poderia determinar o tratamento mais adequado. A trajetória da história da medicina é lapidada pela contribuição de Hipócrates, firmando a ciência como preceito. O princípio médico de utilizar os sentidos da visão, olfato, audição e tato, para expressar a percepção de saúde e doença, se perpetuou ao longo do tempo. A amplificação do conhecimento e as descobertas que ocorreram contribuíram para o surgimento das especialidades médicas. A vivência da medicina através da semiologia, independente da especialidade, promove o exercício da profissão com qualidade, além de ressaltar as particularidades individuais. Este livro traz os princípios da anamnese, exame físico geral e exame físico segmentar. Paulo de Tarso Liberalesso Filho encara a anamnese e o exame físico como um processo que integra o ritual praticado pelo médico. A descrição da origem da palavra que compõe o título de cada capítulo amplia a compreensão holística desse ritual. Séculos se passaram, a ciência evoluiu e revolucionou a medicina, mas a arte de realizar com excelência a anamnese e o exame físico permanece imprescindível.