Nas últimas cinco décadas, o ensino superior brasileiro passou porprofundas mudanças quantitativas e qualitativas. Nesse intervalo detempo ocorreu uma forte expansão de matrículas: passou-se de poucomais de cem mil estudantes no fi m dos anos 1960 para um patamar desete milhões de graduandos nos dias atuais. Na dinâmica deste processosurgiram milhares de novas instituições bastante desiguais entre si,com relação à estrutura organizativa e, principalmente, quanto à qualidadedo ensino oferecido.Embora o ensino público tenha crescido durante o período assinalado,a expansão quantitativa da graduação foi realizada, em grandemedida, por um novo tipo de instituições privadas. O “novo” ensinosuperior privado, que surgiu a partir do fi m dos anos 1960 — conduzidopor instituições laicas — tem sido qualitativamente distinto, emtermos de natureza e objetivos, do que existia no período precedente,integrado, fundamentalmente, por instituições religiosas com umcaráter semiestatal. Trata-se de outro sistema, voltado para o rápidoatendimento de demandas do mercado educacional e estruturado nosmoldes de empresas educacionais. Esse novo padrão de instituições,enquanto tendência, subverteu a concepção de ensino superior ancoradano compromisso com o interesse público, na autonomia acadêmicado docente e converteu sua clientela em consumidores educacionais.”(Da Apresentação)mação acadêmica em instituições de melhor