Constituindo uma vasta rede de mais de 17.000 nós, vinculadas na sua diversidade aos princípios que há séculos lhes conferem uma assinalável estabilidade, falando uma mesma linguagem de racionalidade e de diálogo, as universidades poderão tirar partido dessas suas características e potencialidades e utilizá-las ativamente como instrumento para a constituição de integrados espaços supranacionais do conhecimento, no plano daquilo que aqui se considera uma nova e nobre missão: a diplomacia cultural universitária. De certa forma, o rejuvenescimento institucional associado à emergência desta quarta missão está para a crise da “Universidade pós-moderna” assim como a terceira missão esteve para a crise da “Universidade Torre de Marfim”, ou como a segunda missão para a crise da “Universidade escolástica”. A perspectiva alargada da internacionalização que se apresenta pretende fornecer aos dirigentes universitários e às comunidades acadêmicas interessadas um novo instrumento para elaboração dos seus planos e projetos, para realização das suas políticas e para concretização das suas estratégias institucionais. Tal perspectiva pode abrir às universidades uma nova dimensão para a afirmação do seu prestígio e da sua autonomia nas sociedades contemporâneas, valorizadoras do patrimônio imaterial, cada vez mais representado pelas ciências e pelas culturas, e dos signos de desenvolvimento orientados pela tecnologia, inovação e criação. Portanto, em vez de perdermos tempo à procura das respostas que o mundo já deu, ou de travarmos guerras que já começam perdidas, ou de nos remetermos, impotentes, ao lugar de mero espectador, ressentido, reativo e ácido, ao sabor dos acontecimentos e por eles conduzido, o caminho que propomos seguir é o de tentar compreender, interpretar e dominar o movimento para o poder condicionar ou mesmo dirigir. A história dessa intrigante invenção chamada universidade (como dizia Kant, iluminista) somente nos tem dado motivos de otimismo, realista e esperançoso, no seu futuro e no da sua quarta missão.