Benjamin Ford viajava de Nova York para Los Angeles com sua mãe, ansioso para rever a filha e cumprir a promessa de levá-la ao altar em seu casamento (mesmo que este seja com outra mulher), quando é surpreendido por um pouso de emergência. Assim começa sua longa e tediosa jornada no aeroporto de Chicago, aguardando a conexão que atrasou e temendo "estragar tudo, mais uma vez". Após oito horas e dezessete cigarros, o tradutor decide dedicar seu tempo à única coisa razoável que lhe resta fazer: escrever uma carta à companhia aérea e solicitar o reembolso de sua passagem - solicitar, não; exigir! No entanto, quem já ficou preso em um aeroporto sabe que as horas não passam, elas se arrastam. Entre passeios pela praça de alimentação e a área para fumantes, Bennie salpica sua carta com trechos do romance polonês que está traduzindo e episódios marcantes de sua vida, que poderia ser resumida como uma compilação de frustrações. Para justificar porque é tão importante que ele cumpra a promessa que fez a sua filha quando ela ainda era um bebê, o protagonista descreve toda sua trajetória, começando pelo modo como seus pais se conheceram, as inúmeras tentativas de fuga e suicídio de sua mãe, os anos como barman e poeta fracassado em Nova Orleans, o casamento conturbado, o nascimento da filha, a separação, a luta contra o alcoolismo e as dificuldades em cuidar da mãe após um derrame. Essas digressões são marcadas por ironia e o humor ácido de um anti-herói ao mesmo tempo fantástico e ordinário. Romance de estreia de Jonathan Miles, 'Querida companhia aérea' foi aclamado pela crítica e eleito um dos melhores lançamentos de 2008 pela imprensa norte-americana.