Radicais nas universidades mostra como a educação superior nos Estados Unidos, em especial nas faculdades de ciências humanas, sofreu uma completa transformação que teve início nos anos 1960 e hoje atinge o seu ápice. Essa mudança foi a total politização das discussões, interesses e critérios acadêmicos em prol de certos grupos sociais e ideologias. Na atualidade, o ambiente acadêmico vive sob a ditadura do politicamente correto e do único critério que serve para julgamento e decisão do que quer que seja dentro desse ambiente: partidarismo. Roger Kimball aponta a farsa que são as carreiras acadêmicas nas áreas das ciências humanas em todas as universidades americanas. Mostra ainda a mediocridade, a infantilidade, a perversidade e a mesquinhez que imperam nesses departamentos. Como tudo que é nonsense, a realidade descrita por Kimball garantirá algum divertimento ao leitor, mas, ao fim, a sensação será de amargor e desânimo pela constatação do elevado grau de deformação da cultura acadêmica contemporânea. Essa mesma deformação aconteceu no Brasil com uma diferença: aqui, o fenômeno nem sequer foi percebido. A resistência e a crítica praticamente inexistiram nos meios acadêmicos locais. Em parte porque, no Brasil, as atividades nos departamentos de ciências humanas nunca passaram de um pálido reflexo dos modismos acadêmicos europeus que agora imperam também nas principais faculdades dos Estados Unidos. Em nosso país, o pior ainda está por vir: a importação do ideário politicamente correto que sufoca e debilita o ensino nos Estados Unidos, como o leitor poderá constatar em Radicais nas universidades.