Jovens que sonhavam com uma vida nova com o fim da era Tito, mas se depararam com uma realidade ainda mais difícil. Munidos de um transmissor, alguns discos e o desejo de verdade e justiça, eles começaram a rádio com o simples desejo de tocar boa música, mas tiveram de enfrentar duas guerras, duras sanções econômicas, violência da polícia, gângsteres armados e políticos neonazistas. Auto-intitulados "geração perdida" e acusados de traição, espionagem e terrorismo pelo governo de Milosevic, suastransmissões anárquicas se tornaram a bóia de salvação diante da propaganda governista que inundava a mídia controlada pelo Estado. Enquanto o turbo folk, um híbrido de péssimo gosto de europop e folk sérvio, emergia como trilha sonora do nacionalismo, o rock, o tecno e o rap se uniam para representar a voz da resistência. Até que Milosevic fosse finalmente derrotado em outubro de 2000, a B92 foi fechada e reaberta quatro vezes. Apesar da repressão, a B92 não se deixou derrotar, e sua inspiradacombinação de coragem, criatividade e humor negro - devidamente acompanhada por canções que iam desde "White Riot", do Clash, até o manifesto rap do Public Enemy, "Fight the Power" - refletia em som e espírito a luta nas ruas. O livro é um retrato da Iugoslávia na década de 1990, uma paisagem violenta e tomada pelo medo onde qualquer perspectiva de futuro além da ditadura de Milosevic parecia um sonho distante e proibido. Matthew Collin conheceu bem os fundadores da rádio e teve um acesso impressionante às principais figuras da B92 e aos seus arquivos. Esta é a tradução da segunda edição, que mostra a Sérvia ainda lutando na era pós- Milosevic, em que o ex-presidente é levado para o tribunal de Haia - mas morre em circunstâncias misteriosas antes de ir a julgamento -, e o Primeiro Ministro é assassinado.