RAIZ QUADRADA DO ABSURDO, A

As sessenta e nove crônicas reunidas no livro desnudam numa linguagem sedutora os impasses do nosso dia-a-dia. A começar pela crônica que dá título ao livro e que Affonso Romano desmembra em mais três textos. 'A raiz quadrada do absurdo' é a história de um matemático do século XVI que criou uma equação para explicar a coisa absurda. Outros matemáticos voltaram a abordar a tal equação. Ao nosso olhar, não há nada mais absurdo do que isso. Pois o Brasil é assim: uma grande raiz quadrada do absurdo que é o nosso cotidiano, nossa história.

O cronista é um observador vigilante, tem que andar com as antenas ligadas. O principal dever da crônica é gerar reflexão e é o que ocorre com a prosa de Affonso Romano de Sant’Anna em A raiz quadrada do absurdo. Com o mesmo lirismo, a mesma contenção e igual síntese que caracterizam toda a sua obra, o livro é um exercício mágico, um espelho fragmentado da realidade e um território livre que permite o vôo da imaginação criadora que medite sobre o legado do nosso tempo. Amor, paixão, desejo, música, arte, feminismo e psicanálise tudo é matéria para Affonso Romano em 'A raiz quadrada do absurdo'.