Empresários, turistas, filantropos, voluntários, missionários, militares, jornalistas… qualquer um é potencialmente um refém aos olhos de muitos movimentos. Como refém deixará de ser um ser humano para tornar-se numa “mercadoria”.
Entre 1970 e 2013 ocorreram no mundo 7.679 raptos, sequestros e tomadas de reféns com motivações políticas que resultaram na captura e retenção de 72.204 reféns. De 2003 e 2013 num total de 26.425 reféns, 378 eram estrangeiros.
Os estrangeiros, e especialmente os Ocidentais, tornaram-se alvos preferenciais devido à forte rentabilidade que geram e, contra seu grado, contribuem activamente como um dos mecanismos de financiamento do terrorismo e sua promoção. Um refém estrangeiro é uma “mercadoria” que tem um valor exponencialmente superior a um refém doméstico.
Esta ameaça global também atingiu Portugal, sendo que as crises foram quase sempre geridas de forma improvisada, mas eficaz. As negociações para as libertações de reféns portugueses estiveram, todavia, sempre envoltas por uma omerta apenas decriptada em parte quando ouvidos os responsáveis dos raptos, tal como demonstraram, por exemplo, os episódios ocorridos no enclave de Cabinda. Para além da Venezuela, Moçambique entre outros, a vaga de raptos em Cabinda é desenvolvido neste livro que apresenta revelações inéditas.
Para uma melhor compreensão do fenómeno foram entrevistados raptores, negociadores e vítimas, mas também especialistas na formação das medidas e construção dos mecanismos legais contra os raptos.