As ataxias ou incoordenações motoras podem ser classificadas nas formas cerebelares - as mais comuns -; sensitivas - definidas como aferentes - e em outras mais raras (frontal, talâmica e vestibular). As ataxias cerebelares podem fazer parte de um grupo extenso de doenças, incluindo as ataxias congênitas, as hereditárias (autossômicas recessivas, dominantes, episódicas, ligadas ao X, e mitocondriais), as degenerativas, as não hereditárias, bem como as ataxias secundárias. A resposta à reabilitação depende da fisiopatologia e da causa da ataxia, sendo fundamental o diagnóstico correto para o delineamento do prognóstico e o planejamento de intervenções terapêuticas efetivas para cada tipo específico. Nos capítulos deste livro você encontrará várias modalidades de reabilitação e atividades alternativas e complementares. Alguns capítulos são voltados ao paciente e sua família e outros possuem informações para os reabilitadores. TODOS os indivíduos com ataxia devem ser reabilitados. Sempre haverá uma abordagem que melhore a qualidade de vida para cada caso. O tratamento deve ter início assim que o diagnóstico seja feito, mesmo que o paciente apresente sintomatologia discreta como um desequilíbrio eventual. Vários estudos têm mostrado práticas como resultados benéficos e outras sem comprovação científica. Mas existem, apesar de escassos, estudos comprovando que a reabilitação das ataxias melhora a funcionalidade e a qualidade de vida. Nenhum manual é completo, mas a mensagem principal deste é orientar pacientes, famílias e profissionais de saúde no sentido de que várias vias neurológicas estão envolvidas na ataxia, sendo o seu tratamento um desafio para os reabilitadores, que devem atuar de forma multidisciplinar. Com certeza ainda temos um longo Caminho técnico-científico a percorrer em relação a este tema, que nos levará a ajudar nossos pacientes nessa difícil jornada e a beneficiá-los com melhor qualidade de vida e participação social.