Enredando Memórias, um mergulho na ressignificação do passado. Desde pequeno busquei refúgio nas artes. Principalmente música, literatura e cinema. Mas com o passar do tempo, as artes plásticas foram sendo introduzidas na minha vida de diferentes formas. Passei muitos anos frequentado “sebos”, na procura de livros, discos e catálogos de arte. Através dessas pesquisas, surgiu uma necessidade muito grande de me expressar artisticamente; quase uma coisa necessária para a manutenção da minha saúde mental e bem-estar. No entanto, após muitas tentativas, eu descobri que não tinha aptidão para tocar qualquer instrumento, não sabia desenhar e não tinha habilidade suficiente para atingir o que eu imaginava ser necessário para me tornar um artista relevante. Durante esse período eu me dediquei a escrever poemas e contos, cheguei até ganhar um prêmio na faculdade de Jornalismo que, então, eu cursava. Mas, ainda não era o suficiente, tinha alguma coisa mais profunda em mim que precisava ser explorada. Um dia, inspirado pela técnica de colagem dos poemas de Willians Burroughs, as poesias “cut-up” que eram realizadas através da técnica de cortar e reorganizar trechos de diferentes textos para criar um novo significado, permitindo a criação de textos surrealistas, desconexos e provocativos, eu decidi ir ao “sebo” comprar livros sobre anatomia, natureza, arte e arquitetura.