"O conjunto de poemas desse livro é nada mais, nada menos do que a resultante de reflexões solitárias de quem já está bem ido nos anos, mas que ainda campeia o sentido da vida que passa. Nada mais é do que a dada de livre vôo à imaginação, esperando que nele ele possa ser encontrado ou que nele ele se encontre enquanto pensa. É uma procura íntima e contínua essa que o alimenta e que o mantém vivo. Falar de si mesmo, traduzindo em palavras escritas tudo o que pensa, é sustentar um monólogo no palco da vida, onde o cenário é sempre o mesmo a despeito de tempos novos. Não há pretensão de originalidade nem de méritos. Não busca acertos nem perfeição, somos imperfeitos, busca-se apenas um caminhar com naturalidade. Somos o que somos não o que querem que sejamos. Somos a criança que fomos, somos o velho que teima, somos o moço de quem não esquecemos. Somos múltiplos em nossa unidade. Daí, podermos pensar com toda a liberdade de ser, da maneira que quisermos: com tristeza superdimensionada, sem a intenção de mentir, com alegria desregrada, sem pretender enganar, ou com destemor temerário, sem querer ofender. Nesse livro há um convite para que nos acompanhe para pensar conosco o que quiser pensar."