A problemática dos refugiados é um dos grandes desafios da humanidade. Conflitos armados e problemas ambientais provocam o deslocamento de dezenas de milhões de pessoas pelo mundo que precisam da proteção de Estados, dos Direitos Humanos e, sobretudo, por uma rede universal de reconhecimento desses direitos. A Alemanha aplicou uma política de acolhimento e foi o destino de centenas de milhares de refugiados em 2015 quando ocorreu o ápice da grave crise humanitária provocada, sobretudo, pela guerra civil na Síria. A história da Alemanha foi marcada por guerras, culpas e responsabilidades que fazem parte da atual sociedade alemã, baseada em consistentes princípios democráticos capazes de proporcionar as necessárias adaptações frente aos novos desafios que se apresentam no mundo globalizado atual, agravados pela pandemia. Depois das dolorosas experiências vividas com a I Guerra Mundial, com a revelação do Holocausto após a II Guerra Mundial e, mais recentemente, com as dificuldades da reunificação, a sociedade alemã desfruta dos benefícios do desenvolvimento econômico, da segurança e da estabilidade que se defronta com as incertezas de um processo social e político de assimilação de refugiados e de um mundo pós-pandemia. O fenômeno dos deslocamentos é a repetição de outros momentos da história que tiveram causa em interesses geopolíticos e em conflitos armados nos quais a Alemanha teve participação direta ou foi uma das causas, como no contexto da Guerra Fria. A interligação de vários fatores compõe uma realidade complexa que tem, como elemento principal, a necessidade de efetivação dos Direitos Humanos Universais e o papel acolhedor da Alemanha no cenário europeu e mundial.