Integração como revés da competição. Visão ao invés do obscurantismo.
Espírito crítico ao invés de resignação ou doce servilismo.
Isso e muito mais ajudam a compor esta obra de tintas fortes e pesadas.
Há certas experiências reservadas a poucos e bravos neste mundo e,
como salientou um amigo, este livro deveria ser uma delas. Inspirado em deuses obscenos, em cadáveres linguísticos, é o resultado de muita contemplação, ares beatos e observações fraturadas do ser, do existir e do espanto do mundo adulto.
Há pistas sobre o esfacelamento espiritual, sobre o descontrole além
do tolerável, das reminiscências de um passado nem tão distante assim.
Eis esta verdade. Porque somos feitos de verdades, somos nós outros
compostos de tal horizonte concreto.
Segue que a vigília à noite e ao transgressor são incorporados nesse texto
que vai além da expectativa de um sonho, mas que é uma manifestação da dor
e da angústia latentes de uma tormenta sem fim.
Com O Rei da Montanha foi dado um primeiro passo. Outros se seguirão.
Sua esfera pertence ao Universo de um Edvard Münch, por exemplo.
É um grito vindo de tortuosas entranhas em defesa da vida.
Hoje, após muitas horas de atendimento psiquiátrico, a obra permanece viva
e a vida permanece pulsando. O homem por trás das letras completou-se
e hoje em dia é até capaz de dizer que a felicidade existe.
Perturbações são possíveis por aí. Talvez este seja o preço alto de minha obra. Talvez esta seja a verdade de O Rei da Montanha .
É uma voz que há de ser notada por aí.