A geopolítica ambiental sugere que uma das características determinantes da geopolítica do século 21 serão os problemas decorrentes da crise ambiental global. A este respeito, assinalou-se que as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade, a escassez de recursos naturais, a crescente carência de água doce, entre outras questões, associadas aos problemas sociais que delas decorrem, como os refugiados do clima, os conflitos de guerra por recursos escassos e outros semelhantes, estão a elevar o conflito geopolítico a um nível qualitativamente diferente e com possibilidade de ser muito mais grave neste século 21 se o compararmos com o que foi durante o século 20 passado, incluindo todos os seus horrores. Entre outras razões, porque o tema do possível colapso ecológico e ambiental de que se fala ocorre inteiramente em escala global ou planetária. Essa situação está levando os mais destacados estrategistas e geopolíticos do Norte global a postular a necessidade de repensar e redefinir praticamente todas as categorias tradicionais que regulamentaram e deram vida ao moderno sistema internacional, a partir do princípio da soberania do Estado-nação. Nesse sentido, os problemas ambientais há muito deixaram de ser um problema apenas para "ambientalistas" ou "ecologistas". Ao contrário, desde o início isso coube às elites e tomadores de decisão dos centros mundiais de poder, só que agora, diante do agravamento acelerado do problema, eles deixaram suas sessões "secretas" e estão debatendo abertamente o problema. Com isso queremos repetir a conhecida frase que indica que, se todos os seres humanos quisessem ter o padrão de vida médio de um cidadão norte-americano, australiano ou britânico, com seu consequente gasto de energia e pegada ecológica que significa, seriam necessários seis planetas Terra, mas infelizmente só temos um, é uma reflexão que nasceu nos mais importantes centros de pensamento estratégico do Norte global em tempos de guerra fria. Respondendo à pergunta, port