Tarsila do Amaral, Portinari, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Villa-Lobos… Estes verdadeiros ícones das artes no Brasil olharam para o país de uma forma diferente. Suas produções, reflexões e experiências de vida alteraram a maneira como pensamos e nos percebemos. Também mudaram a forma pela qual o negro era visto e representado, fazendo-a com apuro estético, polêmica, ideais – por vezes controversos – e ambiguidades. Décadas se passaram e podemos ter um olhar renovado sobre a representação do negro no movimento modernista. A oportunidade de vermos obras daquele período, reproduzidas neste livro, nos permite refletir sobre os valores sociais da época de seus autores e sobre os conflitos que eles viviam. As tensões daquela sociedade ainda podem ser percebidas em nosso cotidiano, mesmo depois de tanto tempo. O mais fascinante é tentarmos não nos aproximar daquelas belas obras apenas com o olhar do presente. Também é um desafio perceber os artistas que as fizeram não somente como personagens históricos, distantes de nós. Por isso, Representações do negro no modernismo brasileiro: artes plásticas e música recupera parte da vida desses nomes de nossa história como seres humanos que tinham utopias, ideologias, dúvidas e falhas, mas que tentaram dar uma resposta aos dramas de seu tempo. Se eles faziam imagens e sons projetando o que desejavam para o nosso país, acompanhar o caminho que eles trilharam pode nos ajudar a pensar sobre os nossos próprios sonhos.