Uma atuação importante e marcante da diplomacia brasileira que é, apesar de tudo, desconhecida de muitos brasileiros. A mediação do Brasil e da Turquia junto ao Irã e países que compõem o assim denominado P5+1 (EUA, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha) culminou com a assinatura da Declaração de Teerã, fruto de trabalho diplomático consistente, laborioso e instigante que envolveu inúmeras autoridades no âmbito internacional. Procurar lançar luzes sobre a realidade daquele processo, de maneira técnica e equilibrada, pode ensejar uma compreensão mais clara das qualidades e limitações, benefícios e eventuais prejuízos da iniciativa. O objeto deste trabalho, sob essa perspectiva, pode ser visto como inovador e visa a analisar o processo de negociação da Declaração de Teerã sob a perspectiva da Resolução de Conflitos numa dimensão global, além de procurar alcançar outros objetivos específicos, como a compreensão do conflito entre o Irã e o Ocidente que, até certo ponto, replica o conceito que alimenta muitas tensões e embates no globo, sob a ótica da oposição entre o Ocidente e o Oriente. Também tece considerações sobre a questão do programa nuclear iraniano, pomo de discórdia entre o Irã e o P5+1, e as iniciativas de resolução de conflito em torno do tema. Por fim, tem-se, de forma significativa, a análise da atuação brasileira que não mediu esforços na tentativa de resolução do conflito por meio da negociação diplomática.