O ressentimento não é considerado por Nietzsche apenas como uma possibilidade individual de lidar com uma desfeita, um fracasso, um revés do destino, mas também e principalmente como uma força, uma perspectiva estruturadora, um princípio interpretativo que regula os corpos no interior de nossa tradição judaico-cristã. Essa perspectiva não foi responsável somente pelo surgimento de todo um novo modo de sofrimento, mas se estendeu e foi ao encontro da produção do que se pode chamar de o tipo sofredor. É aqui, então, em uma leitura magistral de uma gama plural de textos nietzschianos, que Oswaldo Giacoia Junior inscreve a sua fisiopsicologia do ressentimento. Em meio a um acompanhamento das muitas vozes articuladas por Nietzsche para pensar a relação entre ressentimento, moral, vontade, corpo e vida, apenas para mencionar alguns dos temas chave do texto, Giacoia nos leva ao coração de mais esse afeto fundamental, que ganha corpo no segundo volume de nossa coleção. Um texto que já nasceu clássico.