A partir da percepção da contradição entre a autocompreensão de religiosidade do povo brasileiro e a ausência de prática de valores religiosos para com o próximo (mormente o criminoso) optamos por estudar a participação da sociedade na ressocialização do preso e do egresso. Assim, parte-se da realidade fático-jurídica observada (falência do sistema penitenciário brasileiro; comoção social quando a realidade penitenciária é noticiada pelos meios de comunicação de massa; preconceito social em relação ao preso e ao egresso; relevância do trabalho na execução da pena e o dever de reciprocidade para com o indivíduo) e analisa-se a questão à luz de aspectos social, religioso, filosófico e jurídico. No aspecto social são abordados temas como: relevância da participação da sociedade na ressocialização do preso; necessidade de conscientização social a esse respeito e os riscos da manutenção da vigente postura para a vida em comum. No aspecto religioso são tratados o conceito e as características de religião, consideradas as três principais religiões do mundo (cristianismo, islamismo e hinduísmo) em conjunto com o judaísmo e se extrai dos respectivos livros sagrado dois valores religiosos em comum: o amor ao próximo e o perdão, ambos sob a perspectiva do Espiritismo – aqui entendido como doutrina e filosofia, e não como religião – para conceituar tais valores de modo não religioso. À luz do aspecto filosófico analisa-se a questão em apreço sob a ótica do humanismo e da dignidade da pessoa humana. Em seguida, discute-se o aspecto jurídico, tendo por base a legalidade e o valor solidariedade. Ao final de cada capítulo é tratada a participação da sociedade na ressocialização do preso e do egresso sob o prisma do tema eleito. Por fim, conclui-se pela necessidade dessa participação com base em tais aspectos, sob pena de se pôr em risco a vida coletiva. Por isso mesmo espera-se que este problema social possa despertar também a sua atenção, caro leitor, e levá-lo à reflexão.