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    RESTO DE JAN[ELA] - VOL. 1

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    Sinopse

    "há uma tradição e empenho em torno da figuração das janelas que pode ser lida desde a poesia de charles baudelaire até a fotografia de evgen bavcar, por exemplo. mas pouco se lê do que se embrenha da janela como resto, uma estenografia, isto a que não se mede e aparece como re-exposição, ou seja, disposição guardada, escondida. paulo leminski até traça um lindo começo, como política, a essa disposição, quando uma assinatura não engendra mundo, quiçá vida, em ouverture la vie en close, no jogo etimológico e arquifilológico entre 'anua', 'porta', 'janela', 'fenestra', 'fresta', 'januela', 'portinha', 'ponto da casa que olha o mundo lá fora' e 'por ela entra o vento (‘wind’) frio do norte'.

    mas o ponto de fúria e o segredo, mesmo que o segredo não haja, se demora neste novo livro de aline prücoli, resto de jan[ela]: um tratado de esteganografia — volume 1: a nigredo. primeiro, a enciclopédia completamente virada ao avesso como se fizesse parte apenas da biblioteca deixada no sonho e, ao mesmo tempo, lembra, nesse contrário que traça, paixão sem martírio, que o que se naturaliza e se banaliza como “literatura brasileira”, ao redor, é de uma tolice tão primária e terrivelmente cristã, que este seu livro vai girar até o infinito como subjétil: 'a palavra ou a coisa que pode tomar lugar do sujeito ou do objeto, e não é nem um nem outro', diz o africano jacques derrida, uma obsessão de aline. por isso, também, escrevedesenhando e sem pacto com os estatutos conferidos pela institucionalidade abobalhada do imediato. depois, a imaginação despejada em seus textos e livros vem no gesto da mão contra a língua, nenhuma responsiveness, como no droit de regards de marie-françoise plissart que derrida lê como “uma invenção do outro”. ela busca, embrenhada, essa invenção.

    aline prúcoli vive em alegre, a cidade pequena com nome de coração em festa, entre os meninos que brincam e bagunçam tudo sem parar, nino e nilo, a mãe que nunca se é em riso e cansaço, a professora da educação pública federal, estudiosa, erudita, sobrevivente entre jogos de armar para crianças e a vida cerrada que ainda esperamos portar no tempo. assim, neste resto de jan[ela]: um tratado de esteganografia — volume 1: a nigredo, nem poema nem romance nem ensaio nem nota de rodapé nem fotografia, mas tudo isso também, fica-se não diante de um livro com literatura, isto acabou, mas de um livro que conjura, revolve, sem piedade ou perdão, livro de um mundo sem mundo, de uma terra para além do fim do mundo. ela sabe: quase não há nem haverá leitoras, leitores, porque todo pensamento radical é uma inabilidade sem destinação, e anota: 'ouvir a língua do mundo recém-nascida' e 'só mais uma viagem ao mundo'."

    Manoel Ricardo de Lima

    Ficha Técnica

    Especificações

    ISBN9786561280846
    SubtítuloUM TRATADO DE ESTEGANOGRAFIA — VOLUME 1: A NIGREDO
    Pré vendaNão
    Peso367g
    Autor para link
    Livro disponível - pronta entregaSim
    Dimensões23 x 16 x 1
    IdiomaPortuguês
    Tipo itemLivro Nacional
    Número de páginas100
    Número da edição1ª EDIÇÃO - 2025
    Código Interno1133256
    Código de barras9786561280846
    AcabamentoBROCHURA
    AutorPRÚCOLI, ALINE
    EditoraMORULA EDITORIAL
    Sob encomendaNão

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