REVISTA NACIONAL - VOL. 8

Em uma provocação reflexiva a Rev. Nacional publica o texto de introdução de “Brasil, País do Futuro” de Stefan Zweig, que presumiu nosso país como um possível modelo de civilização, e pergunta: o Brasil ainda é o país do futuro? A resposta fica por conta do leitor...
E nesta nova edição J.R. Duran enquadrou, no mais apurado sentido fotográfico, brasileiros das mais diferentes personalidades e ofícios que trazem outras reflexões como Emicida que tem nas palavras um portal para outro mundo e questiona a língua pátria declarando que agora fala “brasileiro” e não português. Mais a frente o sagaz Antônio Delfim Netto divaga no questionário proustiano filosofando com Ortega y Gasset e outro professor e também político, Eduardo Suplicy, explica seu projeto Renda de Cidadania, uma utopia que ele quer transformar em realidade.
Outros sonhos de outros brasileiros já são reais como o da lutadora Bruna Ellen que literalmente partiu para a briga e conquistou fãs nos Estados Unidos. Ou Liniker, que nunca deixa de fazer o que acredita, tão intenso como Johnny Hooker, uma fala aberta traduzindo sua aldeia para o mundo. Traz também outra enfant terrible, a prodigiosa Barbara Gancia que em entrevista cedida a Fernando Paiva vai de Elizabeth II a Lula, passa por George Orwell, esculhamba a classe média paulistana e encerra com um delicado manifesto de despedida a falecida mãe a quem atribui a presença do amor genuíno em sua vida.
Neste cenário de circunstâncias e diversidades a bela revista finalizada com impecável requinte gráfico, mérito da Ipsis Gráfica & Editora dirigida por Fernando Ullmann, mostra, através das lentes de Duran o in esperado como um par de algemas, objeto agora muito simbólico e presente na vida nacional e outros tão inusitados caso de um brasileiríssimo periquito que remete o empresário Ricardo Alston, seu proprietário, as viagens de Humboldt.
Em outras páginas mais fotos. Registro de nossa história recente, um ensaio exibe o frenesi carregado de gestualidade corporal do Senado Federal no último 11 de maio, o dia da votação do impeachment de Dilma Roussef. Em contraponto a esta turbulência outro ensaio repleto de silêncios interpreta o vazio em visões noturnas de postos de gasolina e contemplativos arranjos de flores ilustram a sutil percepção da natureza de Ana Maria Americano. E claro, elas, as sempre maravilhosas modelos em atordoante nudez clicadas por Duran.
Dedicada a Fotografia, a Rev. Nacional avisa que está propositalmente distante da internet, seu apurado conteúdo é abertamente pretensioso e dedicado a leitores que procuram luxo, calma e prazer.