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Sinopse
“A má qualidade da foto faz parte da matéria. Eu quero dizer que a foto, mesmo com baixa resolução, é mais fiel do que se eu fosse pintar um retrato. Por isso que eu transferi a fidelidade à máquina, porque a máquina não mente.”
Essas frases são de uma mensagem de áudio que recebi de José Cláudio às 10:38, no dia 12 de dezembro de 2023. Foi o seu filho Mané Tatu – também virtuoso da pintura – que me enviou o áudio do seu celular. O comentário do José Cláudio era sobre sua crônica intitulada “Retrato”, que estava para sair, e efetivamente saiu, no número 1 desta revista Pernambuco. Algumas horas depois de me remeter aquela mensagem, José Cláudio faleceu.
Ele usa o verbo ser na última frase de sua crônica no presente e no passado. O que é, o que era, não o que, simplesmente, foi. E concluiu com a volta à origem, ao nascimento, talvez, inconscientemente, sabendo a morte o que ainda era vida. Todas as fotografias provêm e provam um pouco (d)isso. José Cláudio escreveu: “Nessa foto de Léo, tirada de celular, transferi a responsabilidade da fidelidade à máquina. Essa é, sim, Léo, mesmo a foto embaçada. Ela era de 1931 e eu 1932”. Ela era, e, implicitamente, pode-se ler que ele era de 1932.
Explica-se o contexto: como a fotografia que ele enviou para ilustrar o seu texto estava em baixa resolução, e, portanto, não dava para imprimi-la com a qualidade desejada, propus uma substituição. A foto de Léo, esposa dele, a quem homenageava, poderia ser trocada por um retrato que ele houvesse pintado dela? A resposta é a transcrita no primeiro parágrafo deste editorial.
Muitos temas e conversas podem ser desenvolvidos sobre a ideia da fidelidade da máquina. Nesta edição, no entanto, preferimos dedicar o dossiê mensal não às questões do pintor José Cláudio, e, sim, ao seu trabalho como escritor. Por décadas, ele colaborou nos periódicos da Companhia Editora de Pernambuco; sobretudo, escrevendo crônicas, muitas delas antológicas, e, a maioria, por ele ilustradas. Ele integra aquele time dos artistas-escritores. Usamos o termo artistas de modo amplo porque, embora haja obtido maior reconhecimento como pintor, também se sobressaiu no desenho, na gravura e na escultura.
Num artigo publicado no Diario de Pernambuco, em 28 de fevereiro 1965, utilizado como convite para o lançamento do seu livro Viagem de um jovem pintor à Bahia, José Cláudio se define: “Atualmente eu não pinto, somente faço desenho, embora o meu desenho tenha muito com pintura”. E diz mais: “Esse livro, que é também uma tentativa de literatura, coisa que começou a caminhar comigo tão cedo quanto a pintura, é pois a primeira parte de uma história que ainda não acabou e que quero contar”.
Assim foi por toda a sua vida de 91 anos – tinha, na época desse artigo do Diario, 33. No mesmo jornal, mas em 1966, Gastão de Holanda disse sobre José Cláudio, no texto “A força de ver”: “O desenhista estranha o seu desenho como se escrevesse em decassílabos drummondianos”. Se no lugar de “estranha” tivesse escrito “entranha” acertaria do mesmo jeito.
Mário Hélio | Editor
Ficha Técnica
Especificações
ISBN | 2500000003950 |
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Pré venda | Não |
Editor | CEPE |
Peso | 300g |
Editor para link | CEPE |
Livro disponível - pronta entrega | Sim |
Dimensões | 28 x 21 x 1 |
Idioma | Português |
Tipo item | Livro Nacional |
Número da edição | 1ª EDIÇÃO - 2024 |
Código Interno | 1087553 |
Código de barras | 2500000003950 |
Acabamento | BROCHURA |
Editora | CEPE ** |
Sob encomenda | Não |