A revolta de chibata trata de um episódio pouco estudado da nossa história: a revolta dos marinheiros, movimento liberado por João Cândido Felisberto, o almirante negro, ocorrido na marinha de guerra do brasil, em 1910, em protesto contra a má alimentação, o trabalho excessivo, o baixo salário, o recrutamento forçado e os castigos corporais sofridos diariamente pelos marinheiros. Maria Inês Roland, mestre em antropologia social pela Unicamp, contextualiza esse movimento com as mudanças políticas, sociais, econômicas e culturais pelas quais passava a cidade do rio de janeiro e o brasil no início da república: a transformação urbanística do centro carioca, principalmente da avenida central, e seus efeitos nos setores marginalizados da população, com o surgimento das primeiras favelas nas encostas dos morros; a cultura popular e as manifestações musicais na capital da república, como as da casa de Tia Ciata, reduto de sambistas - Pixinguinha, Donga, entre outros. Estudar a Revolta da Chibata torna-se um convite à reflexão sobre o sentido de ser brasileiro e lutar por justiça social.