O risco subscrito = metapoema + erotismo + experiência madura com a poesia concreta + leitura poética do Estruturalismo (sobretudo Barthes) + Budismo + cosmo amazônico sem regionalismo + eloquência verbal sob rigor formal. Enfim, os poemas escritos ao longo dos anos 70 do último século, “na mais moderna concepção e prática da escritura”, como sugeria Pedro Pinho na orelha da edição original de O risco subscrito, aparecido em 1980. Livro marcado pelo experimentalismo, tão típico dessa época, e pela presença do mundo amazônico transformado radicalmente pela linguagem. O risco de que fala o título deste quarto livro de Max Martins é também a grande aventura da poesia, que foi sempre a sua confissão verdadeira, a fé que devotava ao trabalho com a palavra lírica. O risco subscrito, queria ele, era também o M do nome riscado nas linhas da palma da mão (que ilustra, aliás, a capa da edição de 1980 e o M de tantos de seus poemas posteriores), valendo como vaticínio, que assim o marcava e destinava ao ofício da poesia — seu “vício de ser”, como diz num poema, ocupação de toda a vida. O risco subscrito integra a coleção Max Martins, poesia completa, planejada em onze volumes, com organização de Age de Carvalho e publicada pela ed.ufpa (Editora da Universidade Federal do Pará).