Na ascentralidade das mais diversas tradições culturais, filosóficas e religiosas, a sabedoria é concebida como a "arte existencial", uma forma de ser o que se revela não tanto na exposição teórica, mas sobretudo na capacidade de conduzir a vida da melhor forma.Trata-se de uma qualidade do ser humano, uma potência interior, uma força de alma cujo traço dominante é a excelência existencial. Ela é a potência que se manifesta através de uma abertura ao mundo, uma disponibilidade aos outros e uma bondade excepcional.Percebida como um construto complexo, multidimensional e característico de níveis de desenvolvimento particularmente elevados, a sabedoria tem interessado à psicologia, a partir de 1980, sobretudo pela sugestão que propõe, no âmbito do paradigma "life span" acerca das formas de adaptação que continuam a desenvolver-se ao longo dos ciclos de vida e que são susceptíveis de verificar-se experimentalmente. A sabedoria situa-se em níveis muito altos de funcionamento humano, representando, por isso, "a jóia e o cume da evolução cultural e do ontogénese humana".