“Os salmos dão glória ao Criador narrando as maravilhas da criação; dão glória a Deus salvador relembrando sua fidelidade na condução do povo de Israel ao longo de sua história; dão glória ao Senhor que deu a esse mesmo povo uma lei salutar, cujas meditação e prática são a verdadeira felicidade do homem; e clamam ao Senhor, para que não se esqueça de sua promessa, resgate e salve o oprimido, e vingue o justo. [...] Essas orações, rezadas por Israel em contexto litúrgico, foram logo assimiladas pela Igreja, que viu cumpridas na vida do Senhor Jesus as profecias ali contidas sobre o Cristo e sobre os sofrimentos do Santo de Deus. Os Padres, como os santos Hilário, Ambrósio, Jerônimo, e especialmente Agostinho, amaram profundamente os salmos e serviram-se deles em seu caminho de perfeição, e nos legaram comentários reveladores de suas riquezas. Para Cassiodoro (490–581), ‘o Saltério é uma esfera celeste repleta de estrelas brilhantes. Ele é, por assim dizer, um pavão belíssimo enfeitado com pequenos círculos, que fazem as vezes de olhos, e com grande variedade de cores. É o paraíso das almas, que contém inúmeros frutos com os quais a mente humana é saciada e revigorada’”.Neste volume, a Editora Cedro oferece ao público cristão o Livro dos Salmos em página bilíngüe, trazendo a antiga Vulgata Latina à esquerda (Saltério Galicano), e à direita a tradução portuguesa do Padre António Pereira de Figueiredo (1725–1797), conforme sua primeira edição de 1821.