Ao narrar a história da especulação financeira desde o século XVII até o presente, Edward Chancellor constata que os impulsos que caracterizam o comportamento dos especuladores são os mesmos em qualquer época. Os resultados também se repetem: o mercado financeiro é impelido por caminhos perigosos - levando todo o resto da economia a reboque. O autor descreve episódios que soam inacreditáveis. Por exemplo, a mania das tulipas que contagiou a Holanda em 1636: os bulbos dessas flores trocavam de dono alucinadamente e podiam valer mais do que dez casas na cidade.
Salve-se quem puder começou a ser escrito como uma análise do mercado financeiro na década de 1980, tarefa de Chancellor quando estrategista do banco de investimentos Lazard Brothers, um dos gigantes da área. O autor, entretanto, foi muito além desse objetivo inicial. Historiador formado em Cambridge e Oxford e colaborador de publicações de prestígio como The Economist e Financial Times, realizou uma investigação que cobre os últimos quatrocentos anos de história dos principais centros econômicos do mundo. Empreendeu "uma pesquisa admirável", nas palavras do "papa" John Kenneth Galbraith.