“Oh! mulher bem-aventurada! Oh! admirável senhora! Oh! doce Isabel, isto é, santidade e plenitude de Deus, que, distribuindo, com tanta liberalidade, o seu pão aos pobres, merecestes ser fartada com o Pão dos anjos! Oh! gloriosa viúva, fecunda em virtude, que, obtendo por graça o que a natureza não pode dar, vencestes os inimigos com o escudo da fé, a couraça da justiça, a espada do espírito, o capacete da salvação e a lança da perseverança! Destarte se tornou agradável a seu Esposo imortal, conservando-se, continuamente, unida à Rainha das virtudes, pela cordial afeição que votava ao seu serviço, e abaixando, à imitação dela, a sua alteza mundana aos exercícios de uma humílima serva. Assim tornou-se igual aos santos da antiguidade, caminhando, com simplicidade e sem queixa, no caminho dos mandamentos de Deus. Ocultando a graça divina no íntimo de sua alma, patenteara-a, no exterior, por santas ações e contínuas boas obras, aquecendo-a e alimentando-a com o crescimento progressivo da virtude. Mereceu, por fim, ser recebida por Aquele em quem, exclusivamente, devemos pôr nossa esperança e que reserva para si o poder e o encargo de exaltar os humildes e inocentes; Aquele que a livrou das prisões da morte para assentá-la no trono deslumbrante da luz inacessível”.
— Papa Gregório IX