O dulcíssimo Coração de Jesus foi um como sol fulgurante de luz e calor que despontou no horizonte da Igreja, para iluminar e aquecer a piedade dos fiéis, entibiados pelo sopro glacial do jansenismo. Esta nefasta heresia, filha do Protestantismo, tinha corrido um véu sobre o mais belo dos atributos de Deus, — a sua misericórdia — e sobre o amor infinito, que Ele tom pelos homens, para pôr unicamente em relevo a sua inexorável justiça, espantando assim os cristãos e afastando-os dos Sacramentos.
O nosso amabilíssimo Redentor, sempre inflamado pela caridade que o acompanhou na sangrenta vereda do Calvário, abriu, então, o peito e mostrou ao mundo o seu Coração Divino, a transbordar de amor e abrasado de zelo pela salvação das almas, convidando a todos a se aproximarem dele para atingirem as inexauríveis riquezas de vida eterna. O mundo soltou um brado de alegria à vista daquele Coração adorável e correu após a fragrância que Ele exalava, rendendo-Lhe as mais vivas homenagens e ofertando-Lhe os mais odorosos incensos.
O instrumento privilegiado, de que se serviu Deus para tornar conhecida e propagada esta nova devoção, foi, em virtude de uma predestinação, que se perde nos profundos segredos da eternidade: Santa Margarida Maria Alacoque.