O autor analisa a indústria da construção civil, um setor particular de valorização do capital que, embora busque embelezar e melhorar a cidade, tem efeitos predatórios sobre as condições de vida de trabalhadores e moradores. Esses efeitos, que configuram historicamente padrões de segregação urbana, são resultado da valorização imobiliária, uma vez que a acumulação do capital na construção, de um lado, efetiva intensa exploração dos trabalhadores da construção e, de outro, amplia constantemente os mecanismos e instrumentos de espoliação dos moradores da cidade. Assim, o autor considera que, para compreender o desenvolvimento da construção imobiliária e urbana de São Paulo e superar os obstáculos políticos que impedem a função social da cidade, é preciso conhecer como, historicamente, técnicas industriais avançadas se combinaram com recursos rudimentares e artesanais nas diferentes formas de produção do espaço urbano que condicionam a diversidade do morar na cidade moderna. 'São Paulo, a construção da cidade, 1872-1914' é dirigida a arquitetos, urbanistas, geógrafos, historiadores, sociólogos, economistas, cientistas sociais e a todos que, por dever ou amor à cidade, buscam compreender as razões e os meios pelos quais a cidade é continuamente transformada.