A crítica de Nietzsche à filosofia de Schopenhauer aponta para um problema filosófico fundamental. Problema que perpassa toda a história da filosofia, adquire maior densidade teórica a partir do século XIX, e figura como uma das questões centrais do debate filosófico contemporâneo, a saber, o Niilismo como movimento de desvalorização do devir e esvaziamento do sentido do mundo. Suas consequências apontam para questões existenciais, éticas, políticas e religiosas. O niilismo é, para Nietzsche, o processo histórico pelo qual o domínio do suprassensível caduca e se revela nulo. Processo pelo qual o ente mesmo perde seu valor e sentido. Segundo a interpretação de Heidegger, o niilismo representa a própria história do ente, através da qual a metáfora da morte do Deus cristão e seu significado saem à luz de maneira lenta, porém incontornável. Para Heidegger, é possível que ainda se siga crendo neste “Deus”, isto é, no suprassensível como ordem do mundo sensível, e que se considere que seu mundo é efetivo, eficaz e determinante. Porém, isso se assemelha ao processo pelo qual ainda brilha a aparência de uma estrela apagada há milênios, cujo brilho não é mais do que aparência. A interpretação de Nietzsche está na base das considerações deste estudo, que se ocupa da filosofia de Schopenhauer, seus reflexos e influências