Dóceis e carinhosos, individualistas e companheiros, ariscos e brincalhões, independentes e domesticáveis; é difícil definir as características dos gatos. Criar mitos sobre eles, no entanto, parece fácil. No livro, ilustrado, o comportamento do animal é desmitificado. O leitor descobre que através da postura e vocalização do gato é possível entender o que ele quer dizer, e que existe a linguagem aprendida e a "instintiva". Já a vida social dos gatos -- as "reuniões com amigos" à noite e a vida sexual, particularmente interessantes -- demonstram que os gatos são afetuosos e amáveis. Eles se apegam aos donos, procuram carinho, mas também sabem ficar sozinhos. Alguns mitos são contestados no livro, como a afirmação de que gatos não obedecem eportanto não podem ser treinados. Os autores explicam que brincadeiras estimulam a inteligência dos felinos e que com isso eles podem ser adestrados de diversas maneiras, numa espécie de educação continuada. A punição não é a melhor opção para desestimular atitudes inadequadas, explica um trecho do livro: "...diferente dos cães, os gatos não estão psicologicamente preparados para lidar com punições provenientes de seu líder". Borrifar água no focinho pode ser um método de "castigo", mas modificar o ambiente, ou ensinar truques inteligentes e treiná-lo (ou educá-lo) diariamente faz com que o animal obedeça aos comandos. O melhor é estimular o gato, fazê-lo correr atrás de uma bolinha e depois entregá-la ao dono, que o recompensará com alguma comida quando acertar o que está sendo ensinado. Com o tempo o animal irá se interessar pela brincadeira, que pode ser uma maneira de adestrá-lo. O livro prova que é possível modificar vários comportamentos dos gatos através das técnicas de adestramento, e ensina atos como sentar, dar a pata, ficar, vir, ir e até a miar sob comando.