Será que um programa de TV que alega ser "sobre nada" pode ser de fato filosófico? Seinfeld, a comédia de situação mais popular da década de 1990, conseguiu atrair a atenção de seu público para eventos cotidianos de um modo nunca antes experimentado, observando o mundano e o comum ao seu redor por meio do riso. O próprio nome do programa já é bastante filosófico, pois, como mostra William Irwin, remete-nos à obra de Heidegger, Sein und Zeit (Ser e Tempo). Além disso, o subtítulo de Seinfeld e a Filosofia, "Um livro sobre Tudo e Nada", também faz uma alusão clara à obra de Friedrich Nietzsche Assim falava Zaratustra - Um livro para ninguém e para todos. Os ensaios, escritos com a intenção de serem acessíveis não somente aos versados em Filosofia mas também aos estudantes e fãs da série, são divididos em quatro atos. No Ato I, intitulado "Os personagens", temos quatro ensaios examinando Jerry, Elaine, Kramer e George, os protagonistas da série, pela lente filosófica. No Ato II, "Seinfeld e os filósofos", quatro ensaios tratam, pela lente seinfeldiana, de um filósofo histórico ou de uma filosofia histórica. O Ato III, "Meditações prematuras ao lado do bebedouro", apresenta três ensaios, cada um explorando uma questão filosófica relevante no programa. Já o Ato IV, "O que há de errado nisso", traz ao leitor três ensaios que exploram questões éticas usando Seinfeld como base. Depois do sucesso de Matrix - Bem-vindo ao deserto do real, Os Simpsons e a Filosofia e Buffy, a Caça-Vampiros e a Filosofia, a Madras Editora traz Seinfeld e a Filosofia, um livro que introduz o leitor ao pensamento filosófico por meio do humor.