Era a festa de inauguração de uma estrada importante que Henry tinha feito em volta de uma alta montanha toda escarpada. Parecia ser no sul da França, na região do Principado de Mônaco. Eu sentia que aquela cena estava realmente acontecendo, sentia o sol na minha pele e o vento fresco em meus cabelos, ouvia a música e me orgulhava de Henry pela conclusão daquela obra. Eu andava entre os convidados admirando os detalhes da belíssima recepção montada ao ar livre, com um banquete servido nas várias mesas de madeira distribuídas no ambiente e garçons circulando entre os convidados para servir bebidas. Estávamos no alto de um penhasco, de onde se via a linda paisagem das montanhas. As mulheres circulavam elegantes com seus vestidos decotados e armações estruturadas, usando chapéus e joias muito nobres. De vez em quando, Henry vinha perguntar “está tudo bem?” e seguia para continuar recebendo e cumprimentando os convidados. Estava divertido observar o comportamento das pessoas, ver como elas se movimentavam, riam, comiam e bebiam alegremente. Passava pouco tempo e meu marido voltava a se aproximar para se certificar de que eu estava bem. A festa seguia com requinte e fartura, algumas pessoas se sentaram no gramado para comer como se estivessem em um piquenique enquanto outras dançavam sozinhas, em pares e em rodas. Percebi, então, que eles não estavam apenas comendo, dançando e se divertindo, mas fornicando! Eram homens entrando por debaixo dos vestidos das mulheres, eram casais engalfinhados nas encostas da montanha e debaixo das árvores, grupos rolando no gramado, uma loucura! Acordei ofegante, às gargalhadas e com a sensação de que não era só um sonho, mas uma memória. Meu encontro com Henry vem de outras vidas, essa foi uma delas.