Desde o advento da fotografia, então do cinema, desde a explosão da imprensa e das imagens, seguida pelo advento da revolução eletrônica que trouxe consigo o rádio e a televisão, então, com todas as formas de gravações sonoras, também com o surgimento da holografia e hoje com a revolução digital que trouxe consigo o hipertexto e a hipermídia, o mundo vem sendo crescentemente povoado de novos signos.
Ora, essa proliferação ininterrupta de signos vem criando cada vez mais a necessidade de que possamos lê-los, dialogar com eles em nível um pouco mais profundo do que aquele que nasce da mera convivência e familiaridade. O aparecimento da ciência Semiótica, desde o final do século XIX, coincidiu com o processo expansivo das tecnologias de linguagem. A própria realidade está exigindo de nós uma ciência que dê conta dessa realidade dos signos em evolução contínua. Proponho que, na Semiótica de Peirce, podemos encontrar uma fonte de inestimável valor para enfrentarmos essa exigência.
Além de nos fornecer definições rigorosas do signo e do modo como os signos agem, a Semiótica contém um grande inventário de tipos de signos e de misturas sígnicas. Desse manancial conceitual, podemos extrair estratégias metodológicas para a leitura e análise de processos empíricos de signos: música, imagens, arquitetura, rádio, publicidade, literatura, sonhos, filmes, vídeos, hipermídia etc.
Esta nova edição, com três capítulos inéditos, tem uma pretensão didática: servir de auxílio àqueles que desejam aprender como a semiótica peirceana pode ser aplicada. Para isso, as análises são antecedidas de um capítulo de discussão dos conceitos da teoria dos signos. A seguir, há um percurso metodológico dividido em três partes: a primeira parte é elementar porque as análises não atingem níveis de complexidade muito grandes, a segunda parte é intermediária e a terceira é avançada, pois leva a aplicação dos conceitos a níveis de maior sofisticação.
É amplo o espectro dos sistemas de signos que as análises tomaram como objeto, justamente para que elas possam servir ao leitor como exemplares dos diversos campos a que a semiótica pode se aplicar: publicidade, embalagens, mídia, arte, vídeos, literatura e instituições.