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Sinopse
Um dos principais chargistas do país, Claudius foi levado ao Dops (Departamento de Ordem Política e Social), em maio de 1964, para prestar depoimento. Do interrogatório, foi para a prisão. Em um caderno, o artista desenhou cenas do cotidiano no local, como o espaço da cela e a fila do banheiro. Após ser solto e sair do país, escondeu as ilustrações com medo de que fossem confiscadas. Passados muitos anos, não conseguia encontrá-las. Até que, recentemente, ao organizar seu acervo, doado ao IMS, o cartunista identificou os desenhos, agora revelados na serrote. “Desde aquele tempo, pouco falei de minha experiência. Quando me perguntavam, eu dizia que foram 17 dias na prisão. Para alguns era um alívio, era pouco tempo. Mas quando você está lá, sem perspectivas, não sabe se vão ser dias, meses ou anos”, escreve.
Outro destaque desta edição é o ensaio da historiadora Wlamyra Albuquerque (1967), professora da Universidade Federal da Bahia. A autora reflete sobre os vínculos que ligam dois eventos recentes: a invasão do Capitólio por militantes trumpistas, nos EUA, e o expurgo de personalidades negras da lista de homenageados da Fundação Palmares no Brasil. Para a historiadora, os episódios revelam o racismo estrutural que permeia a formação dos dois países. Ameaçados pelo fortalecimento do movimento negro, governantes de direita reforçam a defesa dos privilégios brancos, estimulando o revisionismo da memória histórica.
As ameaças do autoritarismo também são abordadas no ensaio do escritor J. M. Coetzee (1940), prêmio Nobel de Literatura de 2003. Partindo do caso da África do Sul, onde nasceu, o autor produz uma reflexão a respeito da censura à produção literária e dos efeitos da vigilância no próprio ato de criação. “Trabalhar sob censura é como ter uma relação muito próxima com alguém que não se ama, com quem você não quer intimidades, mas que impõe sua presença à força”, afirma. O texto foi escrito como introdução à coletânea Giving Offense – Essays on Censorship (1996), inédita no Brasil.
O luto coletivo no contexto da pandemia é o tema do ensaio de Jacqueline Rose (1949), codiretora do Birkbeck Institute for Humanities. A pesquisadora analisa como a teoria da pulsão de morte, reformulada por Freud após o falecimento de sua filha, vítima da gripe espanhola, pode ajudar a pensar o atual momento. “O que sobra da vida interior quando o mundo se torna mais cruel, ou parece se tornar mais cruel do que jamais foi antes?”, indaga a autora.
Ficha Técnica
Especificações
ISBN | 9788560168033 |
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Pré venda | Não |
Editor | IMS |
Peso | 710g |
Editor para link | IMS |
Livro disponível - pronta entrega | Não |
Dimensões | 24 x 18 x 1.8 |
Idioma | Português |
Tipo item | Livro Nacional |
Número de páginas | 224 |
Número da edição | 1ª EDIÇÃO - 2021 |
Código Interno | 937475 |
Código de barras | 9788560168033 |
Acabamento | BROCHURA |
Editora | IMS - INSTITUTO MOREIRA SALLES** |
Sob encomenda | Sim |