Esta oitava edição da revista Serrote traz um perfil inédito do cantor João Gilberto escrito pelo jornalista alemão Marc Fischer. Na capa da serrote#8, o desenho em carvão do artista americano Robert Longo é só uma amostra das 12 imagens publicadas na revista e que fazem parte da série Ciclo Freud, de 2000, com gigantescos desenhos baseados nos registros que o fotógrafo Edmund Engelman fez do apartamento de Sigmund Freud antes de sua fuga de Viena em junho de 1938. O portfólio de imagens é seguido pelo ensaio do crítico alemão Werner Spies (1937), que defende que os trabalhos de Longo merecem lugar entre as pinturas de história do século 20. A revista do IMS também traz a público desenhos e pinturas inéditas de Carlos Sussekind (1933). Cultuado por uma obra literária breve e inclassificável, Sussekind mostra que esses trabalhos são parte de seu universo ficcional. O Nobel de literatura Orhan Pamuk teoriza sobre as operações que a mente executa ao lermos um romance. Como, ao entrar em um mondo ficcional, afirmamos o paradoxo de acreditar na realidade de algo que sabemos não existir. Imagens do ensaio Composition as Explanation, do fotógrafo americano Victor Schrager, ilustram as ideias de Pamuk. Alex Ross, crítico de música da The New Yorker e autor de O resto é ruído, versa sobre a era do iPod e seus impactos sobre a cultura que se quer erudita. Três vezes Flaubert: Lydia Davis (1947), tradutora para o inglês do autor de Madame Bovary, cria dez contos inspirados em episódios da abundante correspondência do escritor; em um ensaio pessoal, a jornalista e vencedora do Pulitzer de 1923 Willa Cather (1873-1947) descreve seu encontro com uma velha senhora francesa. Na seção "Carta aberta", o poeta Armando Freitas Filho responde, em 1999, a perguntas do jornalista Elio Gaspari. Em um ensaio acompanhado por trabalhos da ilustradora e designer americana Maira Kalman, Juliet Litman mostra como o horror do 11 de setembro se integrou de forma ambivalente na literatura.