Este livro comenta filmes de diferentes procedências nacionais (URSS, Alemanha, EEUU, Japão, Suécia, França, Itália e Irã) à luz do Conhecimento Histórico. São obras distribuídas internacionalmente, remetendo a olhares e problemas de seus países de origem e convidando espectadores de múltiplas nacionalidades a pensarem junto com eles. São ainda formas reflexivas de se conhecer recortes desses países, incentivando o espectador a uma recepção crítica. Dentre os títulos abordados, há obras-primas da cinematografia mundial: outubro, Rastros de Ódio, O Sétimo Selo, Hiroshima Meu Amor, Rocco e Seus Irmãos, Blow-Up e Morte em Veneza. Outros, em escala artística mais modesta, suscitam também importantes debates sobre grandes questões humanas. Eles ajudam o espectador brasileiro a entender trajetos internacionais da linguagem cinematográfico e a situar produções nacionais nesse universo. Sua circulação, no Brasil, correspondeu por muitas décadas a um momento histórico de exibição de filmes em salas públicas. Na atualidade, essa tradição tende a diminuir radicalmente e a se deslocar para circuitos especializados – cineclubes, centros culturais etc. A tendência mais recente das salas públicas ainda existentes, em shoppings e espaços similares, é de apresentar quase apenas grandes produções norte-americanas e desdobramentos brasileiros de programação televisiva, com poucas exceções. Uma maior diversidade cinematográfica sobrevive em circuitos universitários, festivais, cineclubes e promoções ou entidades dessa natureza, além da exibição doméstica em televisão, vídeos e similares. Falar sobre esses filmes é retomar aquela diversidade de origens e contribuir para a reflexão crítica sobre esse universo artístico e cultural, que não fica restrita à sala de aula.