Nunca na história o homem foi, tanto como hoje, um problema para si mesmo. No momento em que reconheceu que não possui um conhecimento rigoroso do que é, parece animado de uma nova coragem: a coragem da verdade; ousa então levantar esta questão essencial de um modo novo, sem a associar a uma tradição teológica, filosófica e científico-natural; e atreve-se a elaborar uma forma nova da sua autoconsciência. Decidi, por isso, sobre uma base mais ampla, fornecer um novo ensaio de antropologia filosófica; discutir-se-ão apenas alguns pontos que concernem à essência do homem em relação ao animal e à planta, em seguida, à sua peculiar situação metafísica e indicar-se-á uma pequena parte dos resultados a que cheguei. Max Scheler. Este é sem dúvida um texto-chave da filosofia do século XX. Inaugura as linhas essenciais de uma nova disciplina: a antropologia filosófica, que, desde então, passou a fazer parte do currículo universitário. Apesar da sua concisão, é uma das reflexões mais densas sobre a constituição do homem e as suas relações com o que o rodeia. É um texto brilhante e inspirador, que transformará radicalmente o olhar do leitor.