A autora aborda, sob a forma de uma coletânea de crônicas, os conflitos e desejos das mulheres na faixa dos 40 anos - mulheres dentro das quais se digladiam os arquétipos das "mocinhas" de contos de fada e das revolucionárias feministas, enquanto buscam uma identidade própria e que dê conta dos inúmeros papéis que hoje em dia precisam exercer: boa mãe, esposa carinhosa (mas não submissa), profissional criativa e eficiente e, de preferência, seguindo a moda e os padrões de beleza impostos pela mídia. /nSeguindo o que diz Antonio Cândido sobre o gênero, são textos escritos "ao rés do chão", tratam dos problemas cotidianos e provocam uma atmosfera de intimidade com o leitor. Falam sobre as dificuldades de educar os filhos, a correria para cumprir prazos e expectativas, o relacionamento com o marido e os familiares, sobre os sonhos de infância e de juventude, planos para o futuro, o envelhecer. São a um só tempo líricos e críticos, questionadores e emocionantes... e, mesmo quando tocam em temas difíceis, conseguem manter o bom humor através de um fino sarcasmo, de uma ironia bem colocada. Como boa literatura, são provocadores, envolventes, "verdadeiros" e levam ao autoconhecimento./nUm livro para mulheres de todas as idades e para homens amorosos, de elevada autoestima, que não têm medo do abismo de um olhar feminino.