Sob a égide do chicote: uma leitura do amor na Contemporaneidade surge no bojo das discussões acerca da diversidade sexual, em um momento político tensionado por um crescente conservadorismo mundo afora. Ao tematizar a concepção de amor presente na subcultura BDSM, que é forjada a partir de jogos sexuais que erotizam o poder, esta obra apresenta-se como uma das raras no Brasil voltadas para essa temática, o que, certamente, seduzirá tanto estudantes e pesquisadores do campo da sexualidade, como também o público em geral, interessado em ampliar seu conhecimento a respeito de formas contemporâneas de se pensar e vivenciar a sexualidade e o amor. Ao ressignificar esses elementos, a subcultura BDSM denuncia, ainda que não intencionalmente, traumas sociais marcados por opressões, como a de gênero. Nas fantasias BDSM, homens se tornam castos e dóceis aos desejos de quem os "domina" e as "submissas" podem expressar livremente seus desejos, sua sexualidade. Entre os cenários, masmorras; nas vestes, couro e máscaras para os "dominadores" e nudez total para "submissos"; dos acessórios, chicotes, cordas, velas. São esses alguns dos elementos que marcam a cena BDSM, cujas origens datam do pós-Segunda Guerra. Pautada pelos princípios São, Seguro e Consensual, o sexo é negociado e contrapõe-se à alcunha de patologia. Em tempos de acentuada violência contra as mulheres, a subcultura BDSM informa que as relações afetivo-sexuais devem pautar-se no diálogo, na negociação, no conhecimento mútuo e, principalmente, no respeito aos desejos e às fantasias dos envolvidos.