Nascido em 4 a.C., Sêneca foi um dos mais célebres filósofos e advogados do Império Romano, e ainda hoje é simultaneamente um expoente do estoicismo e da dramaturgia. Em seu diálogo Sobre a brevidade da vida, escrito por volta de 49 d.C., Sêneca tece uma série de reflexões sobre o paradoxo do tempo em nossas vidas, na tentativa de convencer Paulino, supostamente seu sogro, a abandonar as funções públicas e se dedicar inteiramente ao estudo da filosofia. Apesar de sua aparente brevidade, a vida humana é, como nos ensina o autor, longa o bastante para quem sabe empregar o próprio tempo com sabedoria.Diante dessa massa de “ocupados” e “assediados” pelas próprias atividades, Sêneca propõe um método humano para restabelecer o equilíbrio moral e a saúde do espírito: a filosofia como busca da virtude e prática da liberdade. É preciso que assumamos maior consciência e, portanto, controle de nossa vida e de nosso tempo, evitando toda dispersão fútil e enganosa da vida, cuidando do tempo presente e vivendo o agora, pois é possível “existir” por muito tempo sem todavia “viver” efetivamente. Em nova tradução do latim, acompanhada de introdução, notas e uma seleta do autor sobre o tempo, o leitor poderá travar contato com essa obra universal de extrema atualidade, especialmente em uma época como a nossa, na qual o tempo é um valor ainda mais precioso.