É sabido que o adjetivo “?a???” comporta em sua tradução um campo semântico que transcende o simples significado estético-sensível, moral e ético de “?eleza”, e não obstante o caráter “juvenil” do diálogo Hípias Maior, acreditamos que o conceito começa a ter para Platão já desde aquele diálogo uma importância essencialmente inteligível, logo, ontológica.
Na Grécia de Platão o conceito de belo era associado ao bem, “?a??? ?a? ??a???” - estes dois conceitos constituíam o ideal humano da aristocracia grega- Platão comprova que este é o modelo a ser seguido em inúmeras passagens de seus diálogos, como no Lísis ou no Alcibíades primeiro, e, por quase toda a República. Sobretudo para o Platão maduro, o conceito desta palavra é extensivo e compreende além da beleza física, a bondade e a nobreza, portanto, o “belo” (?a???) comporta um horizonte semântico muito vasto. N'a República, Platão nos diz que somente a inteligência do filósofo é capaz de ver a natureza do “próprio ?elo” (a?t? t? ?a???). No Hípias Maior, sustentamos ser este aspecto ontológico do ?a???, entendido como o “próprio ?elo”, que contorna toda investigação. No entanto, a nosso ver, pelo fato do diálogo representar o primeiro exercício filosófico platônico a respeito do belo, outras características de beleza são mais presentes, como as definições estéticas do sofista Hípias e as éticas de Sócrates, logo, entre estas definições apresentadas, realidades sensíveis e inteligíveis se entrelaçam formando um desenho interessante da beleza.