No final de 2021 vivenciamos um momento de apreensão durante a pandemia, que já contava com quase dois anos. Chegava mais uma variante de interesse, dessa vez identificada na África do Sul. Apesar das expectativas mais otimistas, a experiência de pesquisa mudou. Novos desafios metodológicos se impuseram e a própria equipe de autores interagiu on-line em diversas ocasiões, como em cursos oferecidos em programas de pós-graduação e “webnários”.
Nessa nova modalidade de pesquisa à distância e percepção da realidade (com distanciamento social), percebeu-se que as vulnerabilidades sociais no extremo norte do Brasil se acirraram. Populações já fragilizadas por processos de colonização, urbanização e violências das mais variadas frentes, acabaram mais prejudicadas em seus direitos fundamentais. Havia comunidades indígenas inteiras acometidas de COVID-19, malária e contaminação por mercúrio. Está cada vez mais intensa, dado o aumento dos garimpos ilegais em suas terras.
Nesse contexto, o Volume 9 da série Socioambientalismo de Fronteiras segue a esteira dos anteriores e não se furtou do desafio de trazer para discussão aspectos relevantes da realidade regional. Interessante observar, entretanto, que mesmo sem limitar o tema da obra, os interesses de pesquisa são semelhantes e acabam por se complementar, convergindo em sua maioria para a questão indígena e suas vulnerabilidades. Temas como a geração de energia e até mesmo as dificuldades institucionais enfrentadas por pesquisadores da região também vieram a luz, refletindo uma miríade de preocupações acadêmicas de base jurídica, social, cultural e econômica.