Depois de alguns anos no mercado, a editora Bem-Te-Vi ampliou o foco de suas edições para dar vez a um gênero literário com pouco espaço para se ver em fôrma de letra no país: a poesia. A editora criou assim a coleção Canto do Bem-Te-Vi, que pretende abrir espaço para a produção de poetas contemporâneos ainda desconhecidos do grande público. Os cinco primeiros volumes da coleção são: Som, de Lígia Dabul; Carta aos Anfíbios, de Ricardo Domeneck; Sístole, de Mônica de Aquino; Dedo no Ventilador, de Leonardo Martinelli e Elegias Urbanas, de Marco Vasques. A escolha dos poetas e do material a ser editado ficou a cargo de um conselho consultivo, formado pelo poeta Armando Freitas Filho, pelo escritor e crítico literário Silviano Santiago, pelo jornalista Luís Paulo Horta, pela editora responsável da Bem-Te-Vi, Lucia Almeida Braga e pela poeta e editora executiva Lélia Coelho Frota. Para Armando Freitas Filho, a principal característica da poesia contemporânea, que também permeia a coleção Canto do Bem-Te-Vi, é “a pluralidade de caminhos. Não há uma escola fechada e os poetas estão livres para escolher a sua maneira de ser e de escrever. A poesia contemporânea é uma poesia sem receita”, diz. Ele também revela que a grande dificuldade na hora de compor a coleção foi encontrar poetas de qualidade que nunca tivessem publicado. “Para poesia ser boa é preciso, em primeiro lugar, que a expressão esteja bem próxima da intenção. E os autores reunidos nesse trabalho conseguem chegar a esse intervalo estreito”, completa Freitas Filho.