Para Coralina, uma jovem de dezesseis anos, acordar era penoso, um processo lento, que começava com o despertador, seguido da voz da mãe a lhe chamar, a luz do abajur, as notícias que o pai escutava na cozinha, os sons que saíam do computador do irmão. Mas, um dia, ela desperta e não há nada disso, apenas o ronco do motor de um caminhão. Cora se vê sozinha em um quarto de motel de beira de estrada, com um buquê de rosas vermelhas, uma sacola cheia de dinheiro e uma perna mecânica em cima da cama. Usava um vestido velho, que havia ganhado do avô, e estava descalça.
“Onde estou? Que lugar é este? Como foi que vim parar aqui? Quando cheguei? Alguém me trouxe? Cadê meus pais? Que dia é hoje? Que horas são?” Coralina não tem a resposta para nenhuma dessas perguntas, nem para muitas outras que se faz. Não sabe como foi parar naquele lugar, e vai tentar voltar para casa.
Esse é, no entanto, apenas o começo de uma jornada assustadora, e cada vez mais misteriosa, por um mundo estranho. O telefone do quarto toca e uma voz desconhecida aconselha Coralina a correr, fugir pela janela. Enquanto isso, alguém bate à porta, uma pessoa estranha que vai passar a perseguir a garota. Ao longo desse dia anormal, Coralina vai contar com a ajuda de um casal de idosos e de um garoto da sua idade, todos com atitudes suspeitas. Como em todo bom romance policial, a resposta para esse grande mistério é completamente surpreendente e chega apenas no final. E, no caso de Sombras no asfalto, diz respeito a uma questão típica da adolescência.